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Campanha Adrenal – Insuficiência Adrenal – Crise

por Jornalismo SBEM em 29 de junho de 2022


Orientações do Departamento de Adrenal e Hipertensão em relação à insuficiência e crise adrenal.

Crise adrenal (CA), crise Addisoniana ou Insuficiência Adrenal Aguda é um evento grave, com risco de morte se não for tratada corretamente. A CA decorre da incapacidade da ação e/ou produção do cortisol pelas glândulas adrenais.  O comando da produção de cortisol nas adrenais é feito por outra glândula, localizada no cérebro, que se chama hipófise.

O cortisol é essencial para vida, uma vez que dentre suas muitas ações, mantém os níveis de açúcar adequados nos períodos de jejum, auxilia na função imunológica, além de ser considerado o hormônio do estresse, pois prepara nosso organismo para resposta a eventos de grande necessidade de energia e resposta do organismo.

A CA ocorre se a própria adrenal é destruída (Doença de Addison ou Insuficiência Adrenal Primária), ou se ocorre um defeito na hipófise (insuficiência adrenal secundária), ou se o tratamento de Insuficiência adrenal é realizado de maneira inadequada.

Nos pacientes que têm Insuficiência Adrenal, fatores que aumentam o risco de CA são: estresse físico, causados por infecções, desidratação, cirurgias. O uso contínuo de corticosteroides em sua forma inalatória ou de injeções, bem como medicações orais (como prednisona, prednisolona, hidrocortisona, dexametasona) podem impedir que as adrenais produzam cortisol, aumentando também o risco de CA. Geralmente os sintomas mais frequentes de CA são fraqueza extrema, tontura, dor abdominal, náusea, vômitos contínuos, pressão baixa e perda da consciência.

O tratamento da CA deve ser realizado de maneira imediata, com uso intramuscular ou injeção venosa de hidrocortisona (forma medicamentosa do cortisol), e suporte médico hospitalar.  Por isso, pacientes que fazem tratamento de Insuficiência Adrenal, ou fazem uso contínuo de corticosteroides, devem estar atentos a situações com potencial de causar CA, realizando a prevenção do surgimento de CA.

Dessa forma, nos dias em que o paciente estiver enfermo, deve fazer uso da dose dobrada da reposição de corticosteroides durante o período da doença, prevenindo a CA. Porém, se durante o tratamento ocorrerem vômitos ou diarreia, deve procurar o Pronto Socorro (PS) mais próximo, para fazer uso intramuscular ou venoso da medicação. Nessa e em outras situações em que há necessidade de ida a um PS, o paciente deve ter em posse a “carta ou cartão de estresse” contendo identificação médica com o diagnóstico, tratamento e a conduta que deve ser feita em ambiente hospitalar.

 

O Departamento de Adrenal e Hipertensão (gestão 2021/2022) é composto pelos seguintes especialistas: Leonardo Vieira Neto (RJ), presidente; Dra. Flavia Amanda Costa Barbosa (SP), vice-presidente; e os diretores – Dr. Madson Queiroz de Almeida (SP), Dr. Claudio Elias Kater (SP), Dra. Milena Coelho Fernandes Caldato (PA), Dr. Guilherme Asmar Alencar (SC) e Dra. Adriane Maria Rodrigues (PR).