Foram divulgados nesta quinta-feira, 25 de julho, os dados do Vigitel (2018), que é a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico, do Ministério da Saúde. O Vigitel é uma pesquisa telefônica realizada com maiores de 18 anos, nas 26 capitais e no Distrito Federal, sobre diversos assuntos relacionados à saúde.
Os resultados foram de um levantamento feito entre fevereiro e dezembro de 2018, com 52.395 pessoas entrevistadas por telefone.
Nos dados apresentados, houve aumento da prevalência da obesidade no Brasil de 67,8%, saindo de 11,8% em 2006 para 19,8% em 2018. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil apresentava taxas estáveis da doença nos últimos três anos. Desde 2015, a prevalência de obesidade se manteve em 18,9%.
O Dr. Mario Carra (foto), presidente do Departamento de Obesidade da SBEM (representado pela ABESO), explica que o Vigitel é um mecanismo de entrevista que dá uma orientação geral para tomadas de decisão. “Ele não é efetivamente o melhor meio para se saber se essa progressão é tão significativa. Os dados são fornecidos pelas pessoas em uma entrevista por telefone. De qualquer forma, o que se nota no resultado, e em outras estatísticas, é que apesar do aumento, também cresceu o consumo de verduras legumes e frutas”, explica o endocrinologista.
Os dados que vão na contramão do aumento dos percentuais de obesidade e excesso de peso, são relativos ao consumo regular de frutas e hortaliças, que cresceu 15,5% entre 2008 e 2018, passando de 20% para 23,1%.
O Vigitel também apontou que a prática de atividade física no tempo livre também aumentou 25,7% (2009 a 2018), assim como o consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas caiu 53,4% (de 2007 a 2018), entre os adultos das capitais. O Dr. Carra afirma que é um ponto positivo é o fato dos índices mostrarem que a prática da atividade física ter aumentado. “Não é na intensidade que se esperava, mas, pelo menos, cresceu. Isso mostra que se nota uma preocupação, tanto do governo como da população em geral, em melhorar sua saúde já que a obesidade é uma doença universal”.
O diabetes também está entre as doenças crônicas da pesquisa. “Receberam o diagnóstico médico de diabetes (40%), entre 2006 e 2018, e os entrevistados demonstraram ter maior conhecimento sobre sua saúde, o que os motivaram a buscar os serviços de saúde, na Atenção Primária, receber o diagnóstico e iniciar o tratamento”, diz o relatório.
Em relação ao crescimento da obesidade, o aumento foi maior entre adultos de 25 a 34 anos e 35 a 44 anos, com 84,2% e 81,1%, respectivamente. As mulheres ultrapassaram os homens, apresentando índices ligeiramente maiores, com 20,7%, em relação aos homens,18,7%.
O Vigitel mostrou que mais da metade da população, 55,7% tem excesso de peso, que é um aumento de 30,8% quando comparado com percentual de 42,6% no ano de 2006. O aumento da prevalência foi maior entre as faixas etárias de 18 a 24 anos, com 55,7%.
Segundo o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, o aumento da obesidade se deve ao consumo muito elevado de alimentos ultraprocessados, de alto teor de gordura e açúcar. “Então, o incentivo ao consumo de hortaliça entre as crianças e os adultos é fundamental”.
Junto com os dados, o Ministério da Saúde apresentou algumas propostas para deter o crescimento da obesidade, como:
- Políticas intersetoriais de saúde e segurança alimentar e nutricional;
- Reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em pelo menos 30% na população adulta, até 2019.
- Ampliar em no mínimo de 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente até 2019
Em relação a iniciativas e programas preventivos o Dr. Mario Carra afirma que são interessantes, mas obtidos em longo prazo. “É importante lembrar que a obesidade, que é uma doença, precisa ser tratada também com medicamentos para que as alterações sejam feitas ou alcançadas”.
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