comunicados-oficiais

Doenças da Tireoide e Vacinação da Covid-19

por Jornalismo SBEM em 23 de junho de 2021


A SBEM, através do seu Departamento de Tireoide, vem se posicionar em relação à vacinação contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2) em pacientes com doenças da tireoide, em resposta às perguntas mais frequentes que têm sido recebidas da população e da comunidade médica.

Veja o posicionamento em versão PDF e a seguir a íntegra do documento.

Posicionamento em relação à vacinação contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2) em pacientes com doenças da tireoide.

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, por meio do seu Departamento de Tireoide, vem se posicionar em relação à vacinação contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2) em pacientes com doenças da tireoide, em resposta as perguntas mais frequentes que temos recebido da população e da comunidade médica:

1 – Pacientes com hipotireoidismo, hipertireoidismo, doenças autoimunes tireoidianas, (tais como Tireoidite de Hashimoto e Doença de Graves), nódulos tireoidianos ou câncer de tireoide devem ser vacinados no grupo prioritário?

Não, até o momento não existem evidências que demonstrem que tais doenças da tireoide, aumentem o risco de morbidade ou mortalidade pela infecção do coronavírus. Uma exceção é o caso de pacientes com câncer avançado de tireoide e que estejam em quimioterapia.

2 – Existe alguma contraindicação específica, até o momento, para que pacientes com hipotireoidismo, hipertireoidismo, doenças autoimunes tireoidianas, (tais como Tireoidite de Hashimoto e Doença de Graves), nódulos tireoidianos ou câncer de tireoide sejam vacinados contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2)?

Não, até o momento as contraindicações são as mesmas aplicadas para a população geral. No presente momento, as recomendações são para se evitar vacinar pacientes com menos de 18 anos de idade, gestantes e aqueles com hipersensibilidade a um dos componentes da fórmula vacinal.

Não existem estudos que demonstrem impacto na evolução da doença autoimune tireoidiana após a vacinação contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2).

 3 – Pacientes em uso de pulsoterapia com corticoides para tratamento da orbitopatia de Graves, em uso de quimioterapia para câncer de tireoide ou em programação para radioiodoterapia devem ser vacinados?

Como é de conhecimento médico o uso de corticoides leva a um estado de imunossupressão. Não existem estudos que respondam a esta pergunta até o momento.

Entretanto, a decisão de realizar ou não a vacina deve ser compartilhada entre o médico e o paciente. Uma possibilidade seria aguardar o término do tratamento com corticoides para a aplicação da vacina. Em geral se evitam vacinas com vírus atenuados nesse grupo de pacientes.

Quanto ao uso de quimioterápicos (ou medicamentos para terapia alvo) no câncer de tireoide, reforçamos a ausência de estudos e que a decisão deve ser compartilhada entre o médico e paciente, ponderando os riscos, benefícios de cada paciente.

Um cenário semelhante encontramos em pacientes que estão em programação para o uso de radioiodoterapia, devendo a discussão ser compartilhada entre o médico e paciente. Nesse caso, uma possibilidade seria postergar a aplicação da vacina ou a radioiodoterapia.
Dra. Patrícia de Fátima S Teixeira
Presidente do Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

Dr. César Luiz Boguszewski
Presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia