Dentro do papel social em relação a alertas sobre a Covid-19, desde que a pandemia começou, a SBEM Nacional reforça as chamadas da Associação Médica Brasileira para o aumento de número de casos e para as medidas necessárias para o momento.
De acordo com o Comitê Extraordinário de Monitoramento da Covid-19 da AMB (CEM COVID_AMB) reitera e endossa a Nota técnica (NT) da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) que vem chamando a atenção para o crescimento de casos e internações.
A seguir a íntegra da nota da SBI, que passa a ser também a posição do CEM COVID_AMB:
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), por meio de seu Comitê Científico de Covid-19 e Infecções Respiratórias (CCCIR) vem alertar para o aumento significativo do número de casos de covid-19 no Brasil nas últimas semanas, decorrente da circulação da subvariante Ômicron BQ.1 e outras variantes1. Pelo menos em quatro estados da federação já se verifica com preocupação uma tendência de curva em aceleração importante de casos novos de infecção pelo SARS-COV-2 quando comparado com o mês anterior2.
Nesse momento, para reduzir o impacto de um possível cenário futuro de aumento de hospitalização e óbito por covid-19 são indispensáveis algumas medidas urgentes, à saber:
- Incrementar as taxas de vacinação Covid-19 principalmente no que tange às diferentes doses de reforço de primeira geração a depender da população elegível, que se encontram todas em níveis ainda insatisfatórios nos públicos alvo;
- Garantir aquisição de doses suficientes de vacina para imunizar todas as crianças de 6 meses a 5 anos independente da presença de comorbidades;
- Promover rapidamente a aprovação e acesso às vacinas covid-19 bivalentes de segunda geração, que estão atualmente em análise pela Anvisa;
- Relembrando a Nota Técnica desse Comitê em 05/10/2022, é essencial que medicações já aprovadas pela ANVISA para o tratamento e prevenção da Covid-19, estejam disponíveis para uso no setor público e privado, medida que ainda não se concretizou após mais de seis meses da licença para esses fármacos no Brasil3;
- Adoção de medidas de prevenção não farmacológicas como uso de máscaras e distanciamento social, evitando situações de aglomeração principalmente pela população mais vulnerável, como idosos e imunossuprimidos.
O CCCIR e a SBI solicitam ao Ministério da Saúde, à CONITEC e à ANVISA atenção especial para as medidas sugeridas acima com brevidade, objetivando otimizar
as tecnologias de prevenção e tratamento já disponíveis, colaborando para o enfrentamento da situação atual e reduzindo a chance de um possível impacto futuro de óbitos e superlotação dos serviços de saúde públicos e privados por casos graves de covid-19.
São Paulo, 11 de novembro de 2022.
*Documento elaborado pelo Comitê Científico de Covid-19 e Infecções Respiratórias da Sociedade Brasileira de Infectologia (CCCIR/SBI) – Gestão 2022-2024.
Referências:
- Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (CONASS). Painel Nacional Covid-19. Disponível em https://www.conass.org.br/painelconasscovid19/(Acesso em 10/11/2022
- Brasil – Ministério da Saúde – FioCruz. Boletim Infogripe. Disponível em http://bit.ly/3fXZG62(Acesso em 10/11/2022)
- Sociedade Brasileira de Infectologia – Nota Técnica de 05/10/2022. Disponível em www.sbi.org.br(Acesso em 10/11/2022)
Sobre o CEM COVID_AMB
A Associação Médica Brasileira (AMB) e sociedades de especialidade médica diretamente relacionadas a assistência de pacientes acometidos pelo vírus SARS-Cov2 criaram o Comitê Extraordinário de Monitoramento Covid-19, CEM COVID_AMB, aos 15 de março de 2021.
O CEM COVID_AMB monitora permanentemente a pandemia em todo o território nacional e as ações dos órgãos responsáveis pela saúde pública, com o intuito de consolidar informações e, a partir de retratos atualizados, transmitir orientações periódicas de conduta para cuidados e prevenção aos cidadãos e aos profissionais da Medicina.
Iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira com as de especialidades, o CEM também tem apoio de associações estaduais federadas e de regionais das sociedades médicas. Em seu primeiro boletim, trouxe mensagem que leva à reflexão por se manter absolutamente atual.
“Nós, os médicos, estaremos sempre disponíveis para ajudar; e ajudaremos. Mas não trazemos a solução; hoje não a temos. A solução para a Covid não está nas mãos de mais de meio milhão de médicos do Brasil. Será resultado das atitudes responsáveis e solidárias de cada um dos cidadãos do País e das autoridades públicas responsáveis por implantar as medidas efetivas que se fazem necessárias para mitigar a enorme dor e sofrimento da população brasileira”.
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