Entre as ações da Campanha da Visibilidade Trans, 29 de janeiro, realizada pela SBEM, através da Comissão de Diversidade, Equidade e Inclusão (CDEI), presidida pelo Dr. Bruno Ferraz, está a divulgação de mensagens, associadas a imagens sobre o tema.
Os textos esclarecem sobre identidade de gênero, orientação sexual, trânsgero, disforia, dados gerais, preconceitos, direitos etc.
Sexo: O sexo é designado ao nascer como masculino ou feminino, usualmente baseado na aparência dos órgãos genitais externos. Quando os genitais externos são ambíguos, outros componentes do sexo (genitais internos, sexo cromossômico e hormonal) são considerados a fim de atribuir o sexo.
Identidade de Gênero: Percepção intrínseca de uma pessoa de ser homem, mulher, ou alguma alternativa de gênero (por exemplo, não binário) ou combinação de gêneros. A identidade de gênero de uma pessoa pode ou não corresponder ao sexo atribuído ao nascer.
Orientação Sexual: Atração física e emocional de um indivíduo por outra pessoa, independentemente de sua identidade de gênero.
Transgênero: Adjetivo usado para descrever pessoas cuja identidade de gênero diferem, em diversos graus, do sexo designado ao nascer.
Observações:
– Identidade de gênero e orientação sexual não são a mesma coisa.
– Qualquer combinação entre sexo, identidade de gênero e orientação sexual pode ocorrer.
– Nenhuma dessas características é considerada transtorno de saúde mental.
– Essas características não são escolhas ou opções de vida. Elas são intrínsecas ao indivíduo, fazendo parte de como a pessoa é, merecendo o respeito de todos.
– A população trans no mundo é estimada entre 0,1 % a 2,7 %, chegando a 1,3% a 2,7% para a faixa etária escolar.
– A disforia, quando existe, está relacionada a um intenso sofrimento associado à não adequação ao sexo designado ao nascimento. Este sentimento de não pertencimento é muito individual e também depende da falta de suporte social.
Pessoas trans tem quatro vezes mais sintomas depressivos, e maiores taxas de tentativa de suicídio (41% vs 1-6%), comparadas com a população geral. Esses sintomas têm relação direta com a discriminação e violência sofridas durante a vida. Há relatos de que 35% das crianças e adolescentes trans sofrem violência física, e 12% sofrem violência sexual.
– O ato de rejeição ou preconceito contra a pessoas trans é chamado transfobia e está dentro do espectro da LGBTQIAfobia. Essa atitude é considerada uma violação de direitos da pessoa e revela uma falta de respeito humano. Nos últimos 10 anos, foram relatados cerca de 100 a 180 assassinatos de pessoas trans por ano no Brasil.
A Campanha da Visibilidade Trans – 29 de janeiro – contará com a participação dos seguintes especialistas: Dr. Bruno Ferraz de Souza (representando a CDEI), Dra. Karen de Marca (membro da CT-DEI que liderou este projeto), Dra. Amanda Athayde (RJ), Dra. Elaine Frade (SP), Dr. Emerson Cestari (PR), Dra. Flávia Cunha (PA), Dra. Luciana Oliveira (BA), Dr. Marcio Ditz (DF) e Dra. Poli Mara Spritzer (RS).
É um trabalho em conjunto com a Comissão de Campanhas (com a Dra. Carolina Ferraz) e a Comissão de Comunicação social (presidida pelo Dr. Ricardo Meirelles)
Referências
Guideline Endocrine Society 2017; WPATH Standards of Care; Posicionamento Conjunto Medicina Diagnóstica inclusiva: cuidando de pacientes transgênero – SBPCML, SBEM e CBR
Lancet Psychiatry 2016 Published Online July 26, 2016 http://dx.doi.org/10.1016/ S2215-0366(16)30165-1
Dossiê dos assassinatos e da violência contra travestis e transexuais brasileiras em 2019 / Bruna G. Benevides, Sayonara Naider Bonfim Nogueira (Orgs). – São Paulo: Expressão Popular, ANTRA, IBTE, 2020
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