Melhor do que Dietas de Verão

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Melhor do que Dietas de Verão

por site em 15 de abril de 2021


Durante o verão, é grande o espaço que a imprensa destina às dietas de ocasião. De olho no modismo, há uma enxurrada de informações que pretendem ajudar à população sobre como se alimentar e como, de preferência, perder os quilos indesejados em poucos dias. As chamadas dietas de verão, no entanto, estão longe de possuir credibilidade científica. Além disso, quem precisa emagrecer deve se preocupar em mudar os hábitos e não somente acreditar em uma promessa, seja ela oriunda de fórmulas vendidas pela televisão ou de cardápios com poucas calorias. Qualquer tentativa de redução de peso deve ser feita com auxílio de um endocrinologista.

“Costumo dizer, quem faz dieta vive gordo.” Embora a frase surja em tom de brincadeira, há nela um fundo de verdade, como explica o seu autor, o Dr. Amélio de Godoy Matos, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia ( SBEM). Segundo informou, o mais importante na hora de perder ou controlar o peso, é a mudança dos hábitos diários, principalmente dos hábitos alimentares. Na verdade, o Dr. Amélio Matos diz que as pessoas deveriam esquecer do termo dieta, já que a mudança na alimentação deve ser pensada para o resto da vida.

O endocrinologista acredita que essas dietas surgem apenas como mais uma ferramenta para a manutenção das vendas de exemplares de jornais e revistas. “A minha impressão é que alguém imagina que é um cientista e começa a bolar mecanismos que, teoricamente, levariam alguém a emagrecer”, supõe o Dr. Amélio. E o médico constata um aumento de pacientes preocupados com o peso, nos consultórios, entre os meses de outubro e novembro, embora esse dado não possa sugerir com exatidão que a maior procura se deva ao verão ou à publicidade do corpo que a mídia, sobretudo a televisiva, faz.

A dica de alimentação para o verão, de acordo com o médico, é que em países como o Brasil, de clima quente, as pessoas devem adaptar seus hábitos alimentares no intuito de inserir no cardápio diário mais frutas e vegetais, além de beber mais líquidos. Essa alimentação irá evitar a sonolência e irá hidratar o organismo. Receita, inclusive, que é seguida por alguns restaurantes durante a estação do ano.

Quando a Medicação é Utilizada

Nem sempre o paciente tem boa resposta ao tratamento sem o auxílio de medicação. Em termos gerais, a medicação é recomendada para os pacientes com o Índice de Massa Corpórea (IMC) igual ou maior do que 30 ou em caso de comorbidade, IMC igual ou maior do que 25. O IMC é um cálculo que leva em consideração altura e peso do paciente e é adotado pela Organização Mundial de Saúde como o medidor do peso ideal de cada indivíduo (Faça aqui o cálculo do seu IMC).

Outros fatores também são levados em consideração quanto a escolha ao uso ou não da medicação no auxílio à perda de peso. Ou seja, pacientes que já tentaram emagrecer sozinhos ou com acompanhamento médico e não obtiveram resultado; que têm larga história de perda e ganho de peso; pacientes depressivos ou tensos dificilmente conseguirão resultados sem ajuda de remédios; aqueles que dizem ter grande apetite ou que têm episódios de compulsão alimentar.

O Dr. Amélio Godoy explica que as mudanças alimentares são difíceis de serem implementadas. Os pacientes costumam ter fome quando submetidas a uma restrição alimentar a longo prazo. Por isso, a utilização de inibidores de apetite podem ser utéis, facilitando restrição alimentar por um período mais longo. No Brasil, há três medicamentos com essas características, a Sibutramina, que aumenta a saciedade; a Fenproporex e a dietilpropiona, que inibem o apetite.

Dessas substâncias, a mais estudada é a sibutramina que teve uma pesquisa desenvolvida na cidade do Rio de Janeiro pelo próprio Dr. Amélio de Godoy Matos. O endocrinologista desenvolveu o estudo no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (IEDE), com 60 pacientes. O trabalho demonstrou que a droga é eficaz e segura em adolescentes de 13 a 17 anos. "mais estudos são necessarios, antes de concluirmos por sua utilização em crianças e adolescentes" conclui o Dr Amelio.