A Endocrinologia Básica é a área responsável pelo estudo do funcionamento hormonal do organismo humano, utilizando-se de conhecimentos de fisiologia, anatomia, farmacologia, entre outras disciplinas.
Para explicar melhor esse ramo da Endocrinologia, a Dra. Doris Rosenthal, professora e pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fala sobre o tema.
Redação Online: Qual é o conceito da Endocrinologia Básica?
Dra. Doris Rosenthal - O que nós fazemos é aquilo que o clínico vai aplicar depois. Ou seja, o profissional que trabalha com a Endocrinologia Básica procura saber como os vários hormônios produzem efeitos e que tipos de efeitos eles produzem. Além disso, eles estudam como esses efeitos podem ser alterados por outras situações e qual é a consequência dessas mudanças. Isso é estudado na fisiologia, na fisiopatologia e é a partir daí que a medicina começa a aplicar o estudo no tratamento dos pacientes. Esse é um conceito. Pelo menos é como eu encaro a Endocrinologia Básica. Nos interessa saber o como e o porquê das coisas. Não só das glândulas endócrinas, mas do organismo como um todo.
Redação Online - Sendo a Endocrinologia Básica uma área de pesquisa tão multidisciplinar, ela se relaciona com quais outras áreas?
Dra. Doris Rosenthal - No que concerne à Endocrinologia, nós nos relacionamos muito com Bioquímica, com Histologia e com Anatomia. Obviamente, também nos relacionamos com a Farmacologia, que nos dá as armas para usar, para parar uma secreção ou para fazer uma secreção. Hoje em dia não existe nada muito limitado. Todas essas áreas estão inter-relacionadas. Então, dizer que você é fisiologista, ou anatomista, ou histologista, ou bioquímico, dentro da área biológica, hoje em dia, não faz mais sentido.
Redação Online - Qual é o proveito que o paciente, que está na ponta final, tira da Endocrinologia Básica?
Dra. Doris Rosenthal - Quando fiz minha tese de doutorado, há muito tempo atrás, eu ainda estava fazendo clínica, mas fiz a tese aqui em área básica, em fisiologia endócrina. Quando eu fui mostrar ao meu pai, ele perguntou assim: Isso cura o quê? Essa é a visão do leigo. Mas veja, esses trabalhos produzidos na área básica são aqueles que fazem com que a endocrinologia clínica consiga avançar; que consiga tratar, hoje, uma doença que há vinte anos era absolutamente incurável. O exemplo mais clássico é o diabetes. Na década de 20, a pessoa com diabetes morria com vinte e poucos anos. Foi o pessoal da área básica que isolou a insulina, que descobriu a insulina, que aplicou. Conseguiu verificar como funcionava e vai por aí afora. Se não fosse a Endocrinologia Básica, os pacientes com diabetes continuariam a morrer cedo.
Redação Online - Entre os endocrinologistas, há uma procura pela pesquisa básica?
Dra. Doris Rosenthal - Infelizmente, menos do que eu acharia adequado. Mas isso já foi pior. Hoje em dia, nós já estamos tendo uma interconexão entre a área básica e a área clínica. Aqui na UFRJ, pelo menos o nosso grupo e o grupo do professor Mario Vaisman (pesquisador da área de Tireoide), temos tido um contato muito grande. Dentro da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) também há uma ligação do pessoal da fisiologia e o pessoal da clínica endocrinológica. Obviamente, em outro estado isto também está acontecendo.
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