Avaliação dos Planos de Saúde

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Avaliação dos Planos de Saúde

por site em 24 de agosto de 2012


Pesquisa divulgada pela Associação Paulista de Medicina, em parceria com a ProTeste, sobre a avaliação dos usuários de planos ou seguros de saúde do Estado de São Paulo mostra que, nos últimos dois anos 77% dos entrevistados tiveram algum problema com convênios médicos. O levantamento foi feito pelo Instituto Datafolha, que entrevistou 804 pessoas, com 18 anos ou mais, que utilizaram algum serviço nos últimos 24 meses.

Segundo os dados, um dos principais problemas apontados é a demora em diversos serviços: agendamento de consultas, autorização para realizar exames e atendimento em prontos-socorros. Ainda segundo o levantamento, os usuários reclamam ainda da falta de médicos especialistas na rede credenciada, opções laboratoriais, hospitais e superlotação nas emergências. O índice de usuários com problemas foi de 64% para consultas; 40% em exames diagnósticos, e 72% em pronto-socorro.

A pesquisa mostra ainda que, mesmo possuindo plano de saúde, cerca de 20% dos entreistados tiveram que recorrer ao SUS ou atendimento particular por dificuldades e/ou falta de opções de atendimento do plano.

Para o Dr. João Modesto, presidente da Comissão de Ética e Defesa Profissional da SBEM, os resultados refletem com clareza aquilo que as Entidades Médicas (Conselho Federal de Medicina e CRM’s, Associação Médica Brasileira e Filiadas Estaduais e Federação Nacional dos Médicos e Sindicatos Estaduais) denunciam em relação não só à Saúde Suplementar, mas ao Sistema Único de Saúde do país. “A Saúde Suplementar, que atende cerca de 46 milhões de usuários, não cumpre seu dever. Existe uma grande decepção com os Planos de Saúde tanto por parte dos usuários como dos médicos”, diz o especialista. “A grande expansão que esses planos tiveram nos últimos anos compromete a qualidade do atendimento em todos os níveis, apesar do aumento do faturamento que, entre 2003 e 2011, cresceu três vezes mais do que o valor médio das consultas”, afirma.

Dr. João Modesto lembra ainda uma pesquisa realizada há alguns meses pela Associação Médica do Paraná  que mostra que a consulta médica paga pelos planos de saúde gira em torno de R$ 42,00. “Descontados os impostos e custos, restaria apenas R$ 5.50, quantia vergonhosa”, reitera o especialista. “Como consequência gera o fechamento de consultorios, multiempregos, desgaste profissional, abandono da profissão, sensação de perda de anos de muito estudo e trabalho, etc”, explica. “Da forma que está, os médicos estão praticamente pagando o ônus da socialização da medicina, com os planos sofrendo os problemas da judicialização da saúde (liminares absurdas), obrigações da ANS, custos das novas tecnologias e dos novos tratamentos”, finaliza.