Um artigo recente publicado por pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmaceuticas de Riberão Preto (USP), em parceria com o Departamento de Química da Universidade da Flórida (EUA), mostrou um dado preocupante. A presença de Bisfenol A (BPA), encontrado nos recibos de papel térmico, são em média mais elevados do que em encontrados em outros países. O estudo é denominado High levels of Bisphenol A and Bisphenol S in brazilian thermal receipts paper and estimation of daily exposure e foi divulgado pelo Journal of Toxicology and Environmental Health.
Foram analisados 190 recibos provenientes de diferentes estabelecimentos no estado de São Paulo (supermercados, postos de combustível, restaurantes, lojas, bancos, bilhetes aéreos, etc) e foi detectado a presença do BPA em 98% das amostras em concentrações até 4,3% (mg/100mg de papel). Desta maneira, os autores das pesquisas avaliam que os trabalhadores que manipulam com frequência esses papéis em suas atividades laborais estariam mais expostos, pois esse composto pode ser absorvido pela pele.
A Dra. Eveline Fontenele, que é médica Assistente do Serviço de Endocrinologia e Diabetes do Hospital Universitário Walter Cantídio (UFCE) e membro da diretoria da SBEM Regional Ceará, chama a atenção para os danos causados à saúde.
"O Bisfenol é um composto químico onipresente, utilizado na confecção desses papéis térmicos, de vasilhames plásticos que acondicionam alimentos ou bebidas (garrafas PET, mamadeiras, depósitos, potes herméticos) e nas resinas que revestem latas de bebidas e conservas.
A exposição humana ocorre por via transdérmica, ao manipular esses papéis e por via oral, pois a exposição das embalagens a extremos de temperatura favorece a migração do BPA para o interior do do alimento contaminando-o”, explicou a endocrinologista.
Segundo a Dra. Evelini, diversos estudos publicados nos últimos anos demonstraram presença de BPA no sangue, urina, líquido amniótico, leite materno e sêmen humanos. Ao entrar em contato com o organismo, principalmente na vida intra-uterina, essa substância apresenta propriedades desreguladoras do sistema endócrino e metabólico. Ele é capaz de interagir com receptor de estrógeno e pode trazer danos à saúde, tais como obesidade, diabetes, puberdade precoce em meninas, infertilidade, câncer e distúrbios do desenvolvimento sexual.
A médica lembra que alguns profissionais estão mais expostos. Portanto, ela entende que é recomendável certos cuidados nessas atividades.
"Os profissionais que operam rotineiramente esses papéis térmicos em suas atividades laborais (nos caixas de estabelecimentos comerciais e bancários, garçons, vendedores em geral), sem dúvida, estão mais expostos ao BPA que a população em geral. Ainda não há estudos que afirmem se os riscos à saúde desses profissionais são maiores se comparados a outras profissões. No entanto, pelo princípio da cautela, é altamente recomendável que gestantes e lactantes que ocupem essa função sejam orientadas a utilizar luvas ao manipular esses papéis, até que mais estudos que avaliem os possíveis danos a saúde fetal estejam disponíveis", analisou.
A SBEM não está alheia a essa situação e há algum tempo vem fazendo uma campanha - desencadeada pela Regional São Paulo - denominada "Diga não ao bisfenol A, a vida não tem plano B” criada pelo Grupo de Trabalho em Desreguladores Endócrinos (GTDE).
Coordenada pela Dra. Tania Bachega,presidente da Comissão de Desreguladores Endócrinos da SBEM, tem o intuito de divulgar informações sobre o tema para a classe média, governo, indústria e comunidade. O objetivo da ação é banir o BPA de produtos infantis e de embalagens de alimentos, até que haja evidências de que o Bisfenol A não é nocivo a saúde.
A médica Eveline Fontenele não tem a menor dúvida que essa campanha pode ajudar a conscientizar a população em relação aos risco da exposição ao Bisfenol A.
"Sem dúvida. Essa campanha foi criada em 2010 pelo Grupo de Trabalho em Desreguladores Endócrinos da SBEM-SP e coordenada pela Dra. Tânia Bachega tem exatamente esse propósito: divulgar informações sobre o tema para a classe médica, governo, indústria e comunidade", encerrou.
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