e-CBEM 2020: Workshop e Seminário 29 de novembro

Eventos Médicos

e-CBEM 2020: Workshop e Seminário 29 de novembro

por site em 1 de dezembro de 2020


O segundo dia de palestras online do e-CBEM 2020 começou com o Workshop SBEM-European Society of Endocrinology: Let`s Talk About Guidelines. O Dr. Rodrigo Moreira, presidente da SBEM, abriu a atividade e passou a palavra para o Dr. César Luiz Boguszewsk, vice-presidente da SBEM e chairman do Workshop, que destacou que este é o quarto evento em conjunto com a European Society of Endocrinology.

O presidente do ESE, Dr. Andrea Giustina, destacou que a cooperação da Sociedade Europeia e da SBEM é um ativo extremamente importante. “A palavra chave da minha presidência é inclusão. Precisamos estar juntos para construir uma sociedade global de endocrinologia. Vocês estão contribuindo, de uma forma muito importante, para a endocrinologia mundial, pelo esforço unido dos endocrinologistas. Minha palavra-chave é a inclusão. Desejávamos antes da pandemia o que é uma realidade hoje”, “.

No Twitter, o presidente da ESE também  se manifestou “It has been pleasure and honour to share this Sunday with all my friends and colleagues in #Brasil@endocrino.org.br & @ESEndocrinology together for building a strong global #EndocrineCommunity

Participaram da atividade o Dr. Gerald Raverot que falou na primeira palestra sobre o tema manejo de tumores pituitários agressivos e carcinomas; a Dra. Camilla Schalin-Jantti, abordando os tumores gastroenteropancréticos neuroendocrinos: funcionantes e incidentais; o Dr. Felix Beuschlein, discutindo o assunto Adrenal Incidentaloma; e o Dr. Bulent Yildiz falando do manejo baseado em evidências da síndrome dos ovários policísticos.

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Ética e Defesa Profissional

O seminário Comissão de Ética e Defesa Profissional – a Endocrinologia enfrenta a Endocriminologia –  foi a última atividade do domingo durante o e-CBEM 2020. As apresentações dos temas foram moderadas pelos doutores Itairan da Silva Terres e Juliano Zakir. A sala reuniu cerca de 500 congressistas, que não só debateram intensamente com os palestranstes quanto compartilharam mensagens-chave nas redes sociais. 

etica

O Dr. Mauro Czepielewski apresentou o tópico: “Modulação Hormonal, Bioidênticos, Chips: o que Precisamos Saber para  não Fazer?”. O especialista falou da importância da regulação correta de níveis hormonais para que eles possam trabalhar harmonicamente, colaborando para o equilíbrio do corpo e bom funcionamento da funções metabólicas. O médico também chamou atenção para alguns produtos vendidos pela internet, como os chamados Chips da Beleza, que podem gerar efeitos colaterais graves. O início da sua apresentação foi provocativo, fazendo que todos refletissem a atuação situação que a população vive, com falsas promessas. 

O médico deixou claro que as indicações de tratamento para a modulação hormonal devem ocorrer em casos de síndrome de hipofunção ou hiperfunção. “Repor hormônios em pessoas saudáveis não retarda o envelhecimento”, disse. “ Na suspeita clínica de deficiência ou excesso hormonal, deve-se utilizar métodos e diagnósticos estabelecidos, recomendar tratamentos embasados em evidência e sempre suspeitar de milagres hormonais e tratamentos secretos ou exclusivos.

modulação hormonal

A segundo tópico do seminário – “Bomba, Tô Dentro (Se For de Chocolate!). Fatos e Mitos sobre Esteroides Anabolizantes” – foi comandado pelo Dr. Alexandre Hohl, ex-presidente da SBEM Nacional. O especialista chamou a atenção para o uso dos chamados PEDs (Performance-enhancing Drug), esteroides androgênicos usados para melhorar o desempenho  por atletas e não atletas.

Alexandre Hohl

O médico apresentou prints de sites que ensinam a fazer os ciclos de utilização de anabolizantes, sem qualquer acompanhamento médico, e de “cardápios” de esteroides, muitos ainda nem testados pela ciência – produzidos em países sem controles. “Ainda não temos ideia do potencial danoso de muitas destas substâncias, já que não foram estudados todos os efeitos”, explicou. “O uso de anabolizantes para fins estéticos ou aumento da performance física é acompanhando de efeitos adversos, mas a intensidade depende de fatores como o tipo de anabolizantes usado, idade do paciente, tempo de uso e uso concomitante de outras drogas”, afirmou.

Ao final da apresentação, Dr. Alexandre Hohl chamou a atenção para o fato de que a SBEM já vem se posicionando há mito tempo contra o uso de esteroides anabolizantes para fins estéticos ou de aumento de performance física e faz, constantemente, campanhas contra a utilização dos mesmos.

A Dra. Milena Caldato apresentou o terceiro tópico do seminário: “Meu Cortisol Está Baixo…É Fadiga Adrenal, né Doutora?”. A especialista comentou os prints de sites que mostram sintomas e possíveis tratamentos para a chamada Fadiga Adrenal, muitos deles vendendo livros e medicamentos para tratar a “doença”. A médica disse que atualmente não há prova ou demonstração da existência dela. “A chamada fadiga adrenal é um diagnóstico que os pacientes estão encontrando na internet ou sendo dado por médicos alternativos, embora a ciência médica não reconheça tal condição”, explicou.

Dra. Milena reforçou a preocupação da SBEM com a “fadiga adrenal”, mostrando os posicionamentos da SBEM e de outras sociedades internacionais. Concluiu que muitos endocrinologistas podem ficar tentados a rejeitar a alegação de fadiga adrenal de um paciente, mas devem levar a sério os sintomas e queixas dos pacientes, afinal, muitas vezes podem ser causados por condições tratáveis.

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O último tópico do seminário foi apresentado pelo Dr. Manuel Hermínio de Aguiar Oliveira, que falou sobre “A Somatopausa é do Bem ou do Mal?”. O especialista iniciou a palestra falando sobre o sistema somatotrófico, seguido dos temas “Tamanho do corpo e funções”, “Somatopausa”, “Deficiência de GH em Adultos”, além do caso de “Nanismo e Itabaianinha”.

Perguntado sobre a possibilidade de casos de Covid-19 na cidade do interior do Sergipe, o especialista afirmou que nestes primeiros estudos não foi observada a associação da doença infecciosa com o déficit de crescimento na população com risco maior.

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