Coprabem: História de Arte e a Pediatria

Notícias

Coprabem: História de Arte e a Pediatria

por site em 2 de maio de 2013


A palestra inaugural do 10º Congresso Brasileiro Pediátrico de Endocrinologia e Metabologia contou com uma apresentação inusitada do Dr. Armando Bezerra. Ele é doutor em Morfologia pela Universidade Federal de São Paulo, professor emérito da Universidade Católica de Brasília e membro da Academia de Medicina de Brasília.

Armando Bezerra

O formato incluiu imagens de pinturas famosas e esculturas conhecidas, prendendo a atenção de toda a plateia. No final, a fila para parabenizar o conferencista foi grande e, atendendo a pedidos, um breve resumo dos pontos principais apresentados pelo médico.

Entre os últimos slides, o médico mostrou a mais nova personagem dos estúdios de Walt Disney, a macaquinha Coco que tem diabetes tipo 1. Coco usa, inclusive, a pulseirinha de identificação dos pacientes diabéticos e visa ajudar a divulgar como é o tratamento e como é o dia a dia das crianças.

Coco

Endocrinologia Pediátrica e a História da Arte

O famoso médico alemão Theodor Billroth, considerado o pai da cirurgia gastrointestinal, dizia entusiasmado aos seus discípulos que Ciência e Arte jorram da mesma fonte. Assim sendo, é fácil entender porque acontecimentos marcantes da história da medicina, e em especial da endocrinologia pediátrica, podem ser apresentados por meio de variadas formas de arte.

Diego Velázquez, um dos grandes mestres da pintura espanhola, foi divino ao oferecer ao mundo, em 1656, o óleo sobre tela intitulado “As Meninas”, presente exposto no Museu do Prado, em Madri. Nesse quadro, que retrata uma cena familiar da corte do rei Felipe IV, chamam a atenção a bela princesa Margarita, ladeada, entre outros, pelos anões Mari Bárbola e Nicolasico Pertusato. Este, para divertir a princesa, acaricia com seu pé o dócil cão da infanta.

São também de autoria de Velázquez, entre muitas obras, as telas “O Menino de Vallecas”, muito conhecido como o anão Francisco Lezcano, e “O Anão Sebastián” de Morra. Esta última pintura foi muito bem parodiada por Salvador Dalí, podendo ser vista no Teatro Museu Dalí, em Figueras, Espanha.

Quanto à literatura infantil, merece registro a notável obra dos irmãos Grimm, intitulada “Branca de Neve e os Sete Anões”. A doçura dos anõezinhos fez de Branca de Neve o filme para crianças mais visto do mundo e de Walt Disney o ganhador, em 1939, do Oscar especial de melhor filme desenho animado.

A Bíblia, tão rica em passagens médicas, relata um interessante caso de baixa estatura ao descrever o encontro de Jesus com o pecador Zaqueu.

O hirsutismo pode ser facilmente apreciado nos autorretratos de Frida Kahlo, a mais importante pintora mexicada, e que presentou o mundo com a curiosa tela “Eu a Mamar”.

Um doente com exoftalmia é destaque no famoso afresco de Michelangelo Buonarroti, intitulado “O Juízo Final”. Essa magnífica obra de arte fez da parede atrás do altar da Capela Sistina um patrimônio artístico da humanidade.

Doentes com bócio, hiper e hipotireoidismo, macroglossia, puberdade precoce, obesidade, diabetes, hipertricose, gigantismo, acromegalia, entre outros com sinais exuberantes, foram documentados para a posteridade por artistas famosos, que assim entraram para história da arte e medicina.