Oftalmopatia de Graves: Avaliação e Conduta

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Oftalmopatia de Graves: Avaliação e Conduta

por site em 27 de maio de 2007


Dr. Walter Bloise – Disciplina de Endocrinologia e Metabologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

A Oftalmopatia de Graves (OG) ainda é alvo de muita pesquisa e novos avanços tem sido obtidos, dentre eles a descoberta da existência do receptor do TSH nos fibroblastos e pré-adipócitos orbitários. Este achado elucidou o elo existente entre a doença tireóidea e a orbitopatia da doença de Graves.

A avaliação do globo ocular afetado inclui as pálpebras (edema, hiperemia ) a medida da projeção anterior do globo ocular (proptose). O comprometimento da musculatura ocular extrínseca é caracterizado pela restrição da movimentação do globo ocular. O exame da córnea (desepitelização, ulceração) e a medida da acuidade visual são essenciais para a completa avaliação do processo.

A classificação da American Thyroid Association atribue escores ao grau de comprometimento desses componentes do globo ocular tornando-a complicada e de pouca utilidade prática. O mais importante na avaliação da OG é determinar se o processo está ativo, condição essencial para se instituir um tratamento. O diagnóstico de atividade nem sempre é fácil e basicamente é feito em bases clínicas.

Com finalidade didática e devido a complexidade das classificações da OG optou-se por dividi-la em: leve, oderada e severa. A forma leve geralmente não progressiva, apresenta discreta proptose e retração palpebral superior e ausência de sinais inflamatórios. Na maior parte das vezes não requer tratamento específico. Na forma moderada aparecem os sinais inflamatórios (edema palpebral, hiperemia conjuntival, quemose, restrições musculares e em alguns casos discreto comprometimento visual , indicativo de leve neuropatia óptica ). Nessa forma está indicada a radioterapia orbitária que poderá ser associada ‘a corticóide em doses médias quando há neuropatia óptica leve.

Nas formas severas da OG onde há o perigo de perda da visão quer pela neuropatia óptica ou pela grande proptose com lagoftalmo e comprometimento da córnea advoga-se o uso de altas doses de corticóide oral ou sob a forma endovenosa (pulsos). Dependendo da evolução não satisfatória associa-se a descompressão orbitária.