ANS Determina que Planos de Saúde Cubram Tratamento com TSH Recombinante*

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ANS Determina que Planos de Saúde Cubram Tratamento com TSH Recombinante*

por site em 17 de outubro de 2008


A Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS) publicou recentemente um esclarecimento sobre o novo Rol de Procedimentos, publicado na resolução RN n. 167/08, ordenando que os Planos e Seguradoras de Saúde forneçam cobertura de alguns medicamentos, dentre eles, o TSH Recombinante no acompanhamento e tratamento do paciente com Câncer Diferenciado de Tireóide.

Dr. Hans Graf, chefe da Unidade de Tireóide do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná – Serviço de Endocrinologia e Metabologia (SEMPR) e presidente eleito da Latin American Thyroid Society (LATS), afirma que essa resolução traz um grande benefício para os pacientes portadortes de CDT. “Com o TSH Recombinante, o paciente mantém uma melhor qualidade de vida durante o tratamento”, afirma o médico. Ele espera que no futuro, isto possa se estender, aos pacientes que necessitam do Sistema Único de Saúde.

O esclarecimento sobre o novo Rol de Procedimentos pode ser lido no site da ANS.

O Que é o TSH Recombinante

No seguimento do paciente com Câncer de Tireóide, após a Tireoidectomia Total (TT) e Ablação de Remanescentes Tireoideanos (ART) com iodo-131 I (iodo radioativo) utiliza-se a dosagem de Tireoglobulina (TG), como o marcador tumoral ideal . Após cerca de 9 a 12 meses do procedimento inicial (TT + ART), os níveis da TG estimulada, associado ao emprego de imagens como Ultra-sonografia (US) cervical e Pesquisa de Corpo Inteiro, PCI, com iodo-131 I, podem  informar que o paciente está potencialmente curado da sua doença.

Para que possam ser realizados os exames (TG estimulada e PCI), é necessário que o paciente esteja com os níveis de TSH (Hormônio estimulante da tireóide) elevados. Neste momento, a não elevação dos níveis da Tireoglobulina, que se mantêm indetectáveis (< 1,0 ng/ml), sugere que o paciente possa estar curado e o paciente pode ser beneficiado com a redução das doses mais elevadas de levotiroxina, utilizadas para a supressão do TSH. De outra forma, uma elevação importante da tireroglobulina pode sugerir a presença de doença metastática, confirmada pelo US, PCI ou outro método de imagem, se necessário.

Para se obter o TSH elevado neste teste, há duas alternativas. A primeira é o paciente parar de tomar os hormônios de reposição (levotiroxina), induzindo um hipotireoidismo passageiro. No estado de hipotireoidismo, muitos pacientes podem apresentar sintomas importantes, como cansaço, apatia, memória alterada, dificuldades na concentração, modificação do humor, ganho de peso, entre outros. A outra alternativa é usar o TSH Recombinante (rhTSH, que é o hormônio estimulante da tireóide produzido por engenharia genética) evitando, assim, os sintomas de hipotireoidismo.

Com o uso do TSH recombinante, o paciente continuar tomando levotiroxina durante o período de exames. Dr. Hans destaca que alguns pacientes que desenvolvem hipotireoidismo com a suspensão da levotiroxina podem ter sintomas intensos com prejuízo da capacidade laborativa do paciente. “Alguns necessitam de licença médica em função destes sintomas. Já com o TSH recombinante, vemos que a qualidade de vida do paciente fica praticamente inalterada, permitindo um rápido retorno às atividades rotineiras”, observa.